20 março 2007

Alexandre O'Neill



O' Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo de asa de corvo; da angústica da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O' Neill!)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.

Mas sofre de ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse...

O' Neill, Auto-Retrato

No dia mundial da poesia, a Elza Gonçalves recorda o poeta, através do livro de Poemas Dispersos, com edição da Assírio e Alvim.

Biblioteca Virtual
4ª e 6ª- 10.35/ 15.15/ 20.15